O aplicativo Voilà é confiável? Veja as dias de segurança!

O Voilà AI Artist, aplicativo que transforma foto em caricatura, tem chamado a atenção do público durante as últimas semanas.

De acordo com a análise da política de privacidade do aplicativo pela empresa de segurança cibernética Kaspersky nesta terça-feira (8), uma matéria da Voilà afirma que as fotos utilizadas no aplicativo passaram a ser propriedade da empresa, gerando disputas de segurança.

Contudo, a empresa considera que não há risco grave porque o app tem monetização própria e não apresenta comportamento malicioso.

O editor de caricaturas Voilà AI Artist caiu nas graças da Internet recentemente: o Google Trends, plataforma que avalia as tendências de busca na web, revela que pesquisas sobre o app cresceram mais de 5000% nesta semana. Com o crescimento repentino do aplicativo de desenho, questionamentos sobre segurança e privacidade de dados de reconhecimento facial dos usuários ficaram em evidência.

Os pesquisadores da Kaspersky indicam que essa cláusula dos termos de privacidade suscita questionamentos sobre os possíveis usos dessas imagens enquanto “propriedade” da desenvolvedora do app. Apesar disso, os especialistas afirmaram que, como o Voilà exibe muitas propagandas e tem modelo de monetização, é provável que o interesse comercial — ou seja, a venda de fotos dos usuários — não seja principal objetivo do aplicativo.

Os termos de privacidade do Voilà AI Artist determinam que as imagens e dados de reconhecimento facial do usuário são usados apenas para o recurso de caricatura do aplicativo. A política do app também estabelece que as informações pessoais coletadas pelo serviço são excluídas dos servidores Google Cloud Platform do Voilà dentro de um período de 24 a 48 horas desde o último uso da foto no aplicativo.

Mas a Kaspersky lembra que é possível que as imagens sejam utilizadas para treinar e aprimorar tecnologias de Inteligência Artificial (AI) e reconhecimento facial, de maneira similar ao que é realizado pelo FaceApp. 

O aplicativo ficou bastante famoso em 2017 e voltou a bombar em 2020, usando fotos dos usuários para mostrar como ficariam se fossem mais velhos ou tivessem o gênero oposto.

Na época, os especialistas também criticaram os termos de uso e de privacidade do FaceApp, afirmando que as políticas do aplicativo eram muito “vagas” e não ofereciam proteção aos usuários. Diante da polêmica, a empresa passou a veicular informações que permitiam aos usuários remover seus dados dos servidores do app.

De acordo com o analista sênior de segurança da Kaspersky, Fábio Assolini, os maiores riscos trazidos pelas tecnologias de reconhecimento facial podem ser possíveis ataques hackers ao sistema de armazenamento de dados dessas empresas.

Dessa forma, as informações dos usuários seriam utilizadas para burlar plataformas que têm a tecnologia como senha ou forma de autenticação, na intenção de aplicar golpes.

Assim, uma pessoa que usa reconhecimento facial como senha para acessar informações bancárias, por exemplo, poderia ter suas informações roubadas caso houvesse um ataque cibernético à desenvolvedora do Voilà.

Fábio Assolini também destacou que, se as imagens passam a ser de propriedade da empresa, a companhia deve ser responsável em seu armazenamento de dados, buscando servidores seguros. Segundo o analista, “uma vez que as imagens passam a ser da empresa, é ela que tem a responsabilidade de protegê-las e garantir que cibercriminosos não terão acesso ao banco de dados”.

Via: TecTudo