10 anos do fim do Orkut: dez coisas que certamente você sente saudades
Orkut acabou há uma década, mas a rede social se mantém viva na memória afetiva dos internautas graças aos recursos, jogos e ferramentas que marcaram gerações, relembre
O Orkut chegava ao fim há exatos 10 anos. Durante o período em que esteve ativo, entre 2004 e 2014, a rede social, fundada pelo turco Orkut Büyükkökten, reuniu milhões de usuários ao redor do mundo. Sucesso no Brasil, a plataforma ficou marcada graças aos recursos que oferecia, como a possibilidade de saber quem visualizou seu perfil — uma ferramenta tão desejada por usuários do Facebook e Instagram —, além dos scraps e dos depoimentos, que, em uma época pré-likes, eram sinônimos de popularidade na internet.
Outro ponto alto do Orkut era a possibilidade de viver em um universo paralelo totalmente fake. Havia de tudo: praia, lanchonete e até agência de namoro para quem buscava um falso relacionamento. Os jogos também eram bastante populares, como a inesquecível Colheita Feliz. Pensando nisso, o TechTudo listou 10 recursos do Orkut que ainda fazem falta em 2024. Confira, a seguir!
1. Comunidades
As comunidades do Orkut serviam como ponto de encontro para membros que compartilhavam o gosto pelo mesmo assunto, sentimento ou ideias, debatidas nos espaços chamados “Tópicos”. Qualquer usuário do Orkut podia criar e participar de quantas comunidades quisesse, mesmo que não fosse muito ativo nas discussões. Entre as mais famosas, a comunidade “Eu odeio acordar cedo” reuniu milhões de participantes. Outra bastante popular, “Odeio Gente Atrás de Mim no PC”, agrupava membros que se incomodavam com bisbilhoteiros, em uma época de lan houses.
Embora o Facebook apresente uma dinâmica semelhante com os grupos, e o Reddit com os fóruns, nada supera o charme pitoresco de estar, por exemplo, em um ambiente virtual chamado “Seja Essência e não Aparência!”.
2. Depoimentos
Os depoimentos do Orkut podiam significar o auge ou o ostracismo na rede social. Neles, os usuários da plataforma escreviam publicamente sobre uma pessoa, na maioria das vezes de forma afetuosa, que exibia o depoimento como um troféu no perfil. Quanto mais depoimentos a pessoa recebia, mais popular ela era entre seus amigos.
Essa também era uma forma de driblar a falta de privacidade no Orkut. Como não havia um espaço para conversas privadas, era comum que os usuários “conversassem” secretamente por depoimentos, já que, para serem publicados, eles precisavam ser aprovados. Atualmente, o LinkedIn preserva a ideia dos depoimentos no formato de textos de recomendação, com um tom muito mais profissional do que afetivo.
3. Crush List
Numa época sem Tinder e aplicativos de namoro, era no Orkut que acontecia a paquera virtual. Havia uma espécie de “Crush List”, um recurso no qual era possível adicionar uma pessoa à lista de interesses amorosos. O mais interessante era que, se a pessoa adicionada também incluísse o usuário na lista dela, o Orkut enviava uma notificação informando sobre a “coincidência”. A partir daí, se houvesse interesse mútuo, o clima de paquera estava no ar. Ser adicionado a uma lista de crush certamente era muito mais empolgante e romântico do que dar ‘match’ nas redes sociais modernas.
4. BuddyPoke
Apesar de ser considerado um jogo, o BuddyPoke era mais uma forma de interação dentro do Orkut. Nele, o usuário criava um avatar e interagia com os amigos. Era possível dar beijos, abraços e cutucadas. Além disso, o recurso também era uma maneira de chamar a atenção de alguém em especial.
No Facebook, o mais próximo disso eram as cutucadas, utilizadas principalmente no surgimento da rede social. Com o desenvolvimento de ambientes privados para interações, a função caiu em desuso e, hoje, embora ainda ativa, fica escondida nas configurações da plataforma.
5. Mural de recados (Scrapbook)
O mural de recados do Orkut reunia, sem filtros, uma coleção de mensagens públicas postadas diretamente no perfil de um usuário. Mensagens triviais, carinhosas e convites para sair eram comuns na função. Embora receber muitos scraps também fosse um sinal de popularidade, muitas pessoas preferiam apagá-los para manter um certo grau de privacidade sobre o conteúdo das mensagens.
O scrap fez tanto sucesso que até deu nome a um programa de TV, o Scrap MTV, comandado pela então blogueira MariMoon na antiga MTV Brasil. O Facebook ganhou, anos depois, uma função semelhante, com o Mural, mas sem o mesmo charme.
6. Temas
Ao contrário do Instagram e do Facebook, que só permitem o modo claro ou noturno, no Orkut era possível personalizar o layout com qualquer cor. Predominantemente azul, a plataforma podia ter as cores alteradas com o uso de extensões, muitas vezes duvidosas. Desse modo, essa ação era arriscada já que, além de as alterações serem visíveis somente para o dono do perfil, o uso de programas de terceiros poderia infectar o computador com vírus. Mais tarde, em 2009, a rede social lançou uma atualização que permitia alterar mais detalhes do perfil nativamente.
7. Conferir quem viu seu perfil
Um dos recursos mais queridos do Orkut era a possibilidade de ver quem visitou seu perfil. A informação, além do número de visualizações, era exibida no cabeçalho e despertava curiosidade. O recurso era útil em caso de paquera, já que a troca mútua de visitas poderia sinalizar interesse. No entanto, também podia causar desconforto ao revelar a visita de alguém indesejado.
A rede social permitia, no entanto, ver um perfil anonimamente desativando essa funcionalidade. Contudo, ao fazer isso, também não era possível saber quem visitou o próprio perfil.
8. Sorte do dia
O Orkut também tinha um oráculo com previsões e mensagens positivas e motivacionais conhecidas como “Sorte do dia”. Ao acessar o perfil, o usuário era recepcionado com frases do tipo “A sociedade prepara o crime, o criminoso comete”. Assim, abastecido de motivação ou intrigado com uma mensagem enigmática, o internauta estava pronto para começar o dia.
9. Contas fake
As contas fake do Orkut permitiam viver em um universo paralelo, com a própria personalidade, mas utilizando a imagem de celebridades da época. Tudo girava em torno de uma vivência fictícia, onde os “personagens” frequentavam comunidades de lanchonetes e praias falsas, por exemplo. Havia até uma agência de namoro fake, a ANF, onde era possível flertar com outros personagens que também usavam contas fake.
Se no Orkut o conceito de perfil fake era voltado para uma atividade lúdica, essa ideia foi desvirtuada com a avalanche de perfis falsos que surgem nas redes sociais atuais, especialmente no X (antigo Twitter). Hoje, muitos usam o anonimato para praticar cyberbullying e outros crimes digitais.
10. Jogos
O Orkut iniciou a onda de games em redes sociais. Entre os mais populares, estava a Colheita Feliz, onde o usuário assumia a persona de um fazendeiro e precisava gerenciar uma fazenda com plantações e animais. O fazendeiro mais rico liderava um ranking organizado pela própria rede social. Outros jogos fizeram sucesso na rede social, como o Megacity, onde o usuário se tornava prefeito de uma cidade e tinha que transformá-la em uma metrópole.
O Café Mania, por sua vez, simulava a vida de um dono de restaurante. Havia ainda o Vida Rock, em que o objetivo do jogador era transformar seu personagem em um astro do rock, e o Joga Craque, no qual o usuário administrava a carreira de um jogador de futebol. O Facebook manteve também a tradição dos jogos na rede social. Um dos mais jogados pelos usuários foi Angry Birds.
Via: 10 anos do fim do Orkut: dez coisas que certamente você sente saudades