Google proíbe aplicativos de mineração de criptomoedas na Play Store do Android

Google modificou a lista de conteúdo proibido para aplicativos da Play Store, a loja de aplicativos oficial para celulares Android, para proibir a mineração de criptomoedas. A proibição não foi anunciada pelo Google, mas desenvolvedores comentaram o assunto no Twitter e no Reddit. Sites especializados em criptomoedas também repercutiram o fato.

A atividade de mineração utiliza o processador do computador (ou do celular ou tablet, se for o caso) para participar de uma espécie de “loteria” em que a atividade computacional compra “apostas” que podem render novas criptomoedas para quem ganhar o processo.

Trecho da política de conteúdo restrito do Google destacando a proibição da mineração de criptomoedas (Foto: Reprodução)

Trecho da política de conteúdo restrito do Google destacando a proibição da mineração de criptomoedas (Foto: Reprodução)

 

As novas regras proíbem apenas aplicativos que realizam mineração no próprio celular. Ainda é permitido listar na Play Store aplicativos que gerenciem carteiras ou até mineração em sistemas remotos, como servidores ou serviços de mineração “em nuvem” por assinatura.

A mineração é um processo existente em diversas criptomoedas (“moedas virtuais”), como Bitcoin, Ethereum e Monero. Ela exige que os chamados “mineradores” utilizem um imenso poder computacional para gerar “hashes” (representações numéricas criadas a partir de uma fórmula predefinida) que atendam a um critério estabelecido pela rede. Só quem obtém um hash válido pode criar o “bloco” que agrega novas transações financeiras; se o hash não for válido, é preciso gerar outro e seguir tentando. Em troca desse trabalho de tentativa e erro, o minerador pode ficar com novas moedas que são atreladas ao bloco.

Embora um celular não tenha grande potência para fazer uma contribuição significativa, um dono de aplicativo popular poderia adicionar um código de mineração em seu aplicativo e ganhar milhares de “colaboradores” para seu processo de mineração. Essas pequenas contribuições, quando somadas, se tornariam significativas.

Como não houve nenhum anúncio sobre a proibição, não está claro por que o Google adotou a medida. Quando proibiu a criptomineração em extensões do navegador Chrome em abril, o Google justificou declarando que as extensões com essa atividade em sua maioria violavam a regra de funcionalidade (que diz que cada extensão deve ter apenas uma função) ou eram maliciosas.

A atividade de mineração pode ser perigosa em celulares. Como o uso do processador faz o aparelho aquecer e aumenta a carga na bateria, o celular pode acabar tendo problemas. Foi o caso do vírus Loapi, que, em um teste da fabricante de antivírus Kaspersky Lab, deformou a bateria do aparelho, danificando smartphone. Desde então, até vírus que realizam a mineração de criptomoedas adotam freios para evitar que a praga danifique o celular.

Na App Store, a loja oficial do iPhone e iPad, os aplicativos de mineração estão bloqueados desde junho. Por enquanto — como a medida do Google é nova –, ainda é possível encontrar aplicativos de mineração na Play Store.

Via: globo